Quando vôlei e futebol cruzaram caminhos

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O vôlei é uma das modalidades esportivas que mais conquistam os corações dos brasileiros. E não é por acaso! Desde a década de 1990, o esporte vem crescendo em popularidade e atraindo cada vez mais adeptos no país.

Mas você sabia que há uma história curiosa de intercâmbio entre o vôlei e o futebol no Brasil? Parece inusitado, mas esses dois mundos já se cruzaram diversas vezes.

Vem com o Noite de Copa e a PFQL, que hoje a gente te conta como isso aconteceu.

Bernardinho

Bernardo Rocha de Rezende, conhecido por todos como Bernardinho, é talvez um dos rostos mais conhecidos quando pensamos sobre vôlei. Atualmente técnico do Sesc-Flamengo, Bernardinho é famoso pelo seu ótimo desempenho com a Seleção Brasileira de Vôlei, onde conquistou nada mais nada menos que dois ouros (2004 e 2016), 3 campeonatos mundiais, 2 copas do mundo e por aí vai.

Com um currículo tão invejável e uma personalidade tão ímpar, não demorou muito para que Bernardinho chamasse a atenção dos clubes de futebol.

Em 2006, o então treinador da Seleção Brasileira de Vôlei e campeão da Liga Mundial naquela época, admitiu que foi sondado para assumir a Seleção de Futebol – que era comandada por Dunga.

Bernardinho afirmou que, apesar da sondagem, não era a pessoa mais indicada a assumir a Seleção Brasileira de Futebol e que, no máximo, poderia atuar na comissão técnica, mas em um papel coadjuvante.

Quando vôlei e futebol cruzaram caminhos — Foto: FIVB / Divulgação

José Roberto Guimarães

Se Bernardinho é um dos maiores nomes da Seleção Brasileira de Vôlei, José Roberto Guimarães não fica atrás e é, até hoje, o único técnico no mundo que foi campeão olímpico comandando equipes femininas e masculinas.

A experiência de Zé Roberto, como é conhecido, no futebol começou em 1999, quando foi chamado pelo Corinthians para assumir o Departamento de Futebol do clube – numa clara tentativa de copiar o que José Carlos Brunoro fez no Palmeiras anos antes.

O dirigente foi levado ao Parque São Jorge pelo fundo de investimento norte-americano HMTF, que iniciou uma parceria com o Corinthians naquele ano. O investimento inicial era de 28 milhões de reais para o pagamento das dívidas do clube e o aporte de mais 25 milhões para folha de pagamentos e para o Departamento de Futebol.

O fundo norte-americano também investia no Cruzeiro e Zé Roberto também teve funções no clube mineiro, mas seu principal destaque foi no Corinthians que conquistou importantes títulos durante os dois anos em que esteve na liderança do Departamento de Futebol do clube.

Mas, justamente a ligação com a HMTF encerrou a atividade de Zé Roberto como dirigente de futebol de maneira precoce. Após os investidores pressionarem o Departamento de Futebol dos clubes para que jogadores fossem vendidos, a parceria acabou ruindo e a HMTF alegou dificuldades financeiras.

Após a experiência no futebol, Zé Roberto voltou para as quadras de vôlei e deu continuidade à sua carreira vitoriosa.

José Carlos Brunoro

Muito se atribui à Parmalat pelo sucesso do Palmeiras nos anos 90, e não é pra menos. Com o investimento feito pela gigante italiana do ramo de laticínios, o clube da Barra Funda saiu da famosa fila de títulos, conquistou campeonatos Paulistas, Brasileiros e a Libertadores.

Mas, outro elemento também foi importante para esse imenso sucesso – José Carlos Brunoro, que era um excelente técnico de vôlei. Com a equipe de vôlei da Pirelli conquistou tudo que disputou e isso chamou a atenção da Parmalat, que estava iniciando o projeto de investimento na América do Sul, com o Palmeiras.

Em 1992, Brunoro foi contratado como Diretor de Futebol, o primeiro no Brasil, e deu início ao projeto de sucesso com o Alviverde. Foi Brunoro que contratou Rivaldo, Roberto Carlos, Cafu, Edmundo, Evair, Zinho, Antônio Carlos, entre muitos outros grandes jogadores.

Em entrevista ao Charla Podcast, Brunoro admitiu que, em seu período como diretor no Palmeiras, quase chegou a contratar Maradona para o Verdão, no entanto o craque argentino ficou com medo que o povo argentino considerasse aquilo uma traição e preferiu jogar pelo Boca Juniors.

Em 2013, Brunoro também fez parte da reformulação do Palmeiras com Paulo Nobre e atuou como CEO do clube e, até hoje, é lembrado como um dos maiores dirigentes da história da equipe.

Brunoro foi o idealizador do Audax, junto com Abílio Diniz, e trabalhou em diversos clubes do futebol brasileiro como Cruzeiro, Santos, entre outros. O dirigente também chegou a atuar na Fórmula 1 entre 1996 e 2001, gerenciando Pedro Paulo Diniz (filho de Abílio Diniz) que correu por Ligier, Arrows e Sauber.