Ayrton Senna: O Herói que Inspirou o Brasil e o Mundo

O Brasil era unânime. O Brasil parava todos os domingos, ligava na Rede Globo, ansioso não apenas para ouvir a narração emocionante do Galvão Bueno, mas para ver o cara que levava o nome do Brasil para o mundo.

Eu nasci em 1985. Quando Ayrton conquistou seus campeonatos, eu praticamente não tenho lembranças disso. Mas lembro bem que, quando pequeno, eu era muito fã dele.

A única corrida que tenho na mente é aquela em que o brasileiro venceu com apenas uma marcha, levando o carro literalmente “na mão”. No pódio, ele mal conseguia levantar o troféu de campeão da corrida. Me recordo de outra em que ele largou lá atrás, passou todo mundo e venceu.

Senna era meu herói. Por algum motivo, ele despertava um sentimento em mim que me fazia questão de voltar correndo para casa, depois da missa, só para vê-lo. Quando a corrida era à tarde, nada me tirava da frente da televisão. Eu tinha revista do Senninha, uma garrafa da promoção da Pepsi no formato de um carro, um Super Nintendo e uma fita pirata, comprada na antiga feira de Duque de Caxias, de um jogo do Senna. Eu era fã.

Recorro às lembranças daquele 1º de maio de 1994. Aos domingos de corrida, a audiência da Globo explodia. Era feriado, e o Brasil estava assistindo à corrida. Entre eles, eu.

A corrida começa. Sento na frente da televisão e fico assistindo. Atrás daquele lindo carro do Senna, um alemão o perseguia e buscava seu lugar na história. Pilotando um carro também lindo (Benetton), Michael Schumacher estava na disputa com Senna.

Em 1994, Senna não estava bem. O carro não ajudava, e o ano estava sendo péssimo. Mas, na corrida de Imola, parecia que tudo iria mudar. Ele estava liderando, estava na frente, e o Brasil estava pronto para comemorar, finalmente, uma vitória. Mas uma curva levou nosso ídolo embora.

Lembro que comecei a chorar, mas minha mãe disse:
— Calma, meu filho, ele mexeu a cabeça.

Na mesma hora, fiquei feliz e cheio de esperança. Mas, à tarde, lembro que o Cabrini entrou por telefone e anunciou a morte do meu ídolo. Aquele que eu sonhava em ser, aquele que levava o nome do Brasil para o mundo. O homem que quebrou o espírito de “vira-lata” do brasileiro.

Ayrton Senna transcendeu as barreiras do esporte e se tornou um símbolo de excelência, determinação e inspiração tanto para o Brasil quanto para o mundo. Mais do que um piloto de Fórmula 1, ele foi uma figura que uniu pessoas, quebrou paradigmas e deixou um legado eterno, dentro e fora das pistas.

Para o Brasil, Senna foi mais do que um tricampeão mundial. Ele foi um herói nacional em uma época marcada por crises econômicas e sociais. Quando o país enfrentava desafios que abalavam a autoestima do povo, ele surgia nas manhãs de domingo para elevar o nome do Brasil ao topo do automobilismo mundial. Suas vitórias não eram apenas conquistas esportivas, mas também momentos de esperança e orgulho para milhões de brasileiros.

Senna mostrava ao mundo que o Brasil era capaz de competir de igual para igual com as maiores potências. Ele representava o espírito guerreiro de quem nunca desiste, mesmo nas condições mais adversas, como a lendária vitória no GP do Brasil de 1991, quando completou a corrida com o carro avariado, usando apenas a sexta marcha( sitado nas minhas memórias).

Internacionalmente, Ayrton Senna foi um embaixador da Fórmula 1 e do esporte. Sua habilidade incomparável nas pistas, especialmente em condições adversas, como na chuva, era admirada por fãs, rivais e especialistas. Pilotos como Lewis Hamilton, Michael Schumacher e outros sempre citaram Senna como uma de suas maiores inspirações.

Além do esporte, Senna também era admirado por seu caráter e humanidade. Sua preocupação com o próximo era genuína, algo que ficou evidente em sua luta por melhores condições de segurança na Fórmula 1 e em seus atos de caridade. Após sua morte, foi revelado que ele havia doado milhões de dólares para iniciativas sociais no Brasil, ajudando crianças e jovens a terem um futuro melhor. Esse espírito de generosidade levou à criação do Instituto Ayrton Senna, que segue transformando vidas até hoje.

Senna não era apenas um piloto, mas um símbolo de perseverança, talento e amor pelo que fazia. Ele deixou um legado que vai além das pistas, inspirando gerações a perseguirem seus sonhos com paixão e dedicação. Sua figura ainda é reverenciada no Brasil e no mundo como um exemplo de como a determinação pode levar alguém a superar limites e conquistar o impossível.

Trinta anos após sua partida, Ayrton Senna continua vivo na memória e no coração de milhões de pessoas. Para os brasileiros, ele é a prova de que podemos ser gigantes. Para o mundo, ele é o exemplo de que um verdadeiro campeão é aquele que inspira, ajuda e deixa um impacto positivo duradouro na humanidade.

Alguns números de Ayrton Senna:

Títulos Mundiais

• 3 vezes campeão mundial: 1988, 1990 e 1991 (todos pela McLaren).

Corridas e Vitórias

• 161 Grandes Prêmios disputados.

• 41 vitórias, sendo a primeira no GP de Portugal de 1985 e a última no GP da Austrália de 1993.

Pole Positions

• 65 poles: Senna foi reconhecido como um mestre em voltas rápidas e deteve o recorde por muitos anos.

Pódios

• 80 pódios, mostrando sua consistência nas primeiras posições.

Voltas Mais Rápidas

• 19 voltas mais rápidas.

Pontos

• 614 pontos acumulados (lembrando que o sistema de pontuação mudou ao longo dos anos).

Equipes na Fórmula 1

• Toleman (1984)

• Lotus (1985-1987)

• McLaren (1988-1993)

• Williams (1994)

Outros Destaques

Ayrton Senna é especialmente lembrado por seu desempenho sob chuva, como no GP de Mônaco de 1984 e no GP da Europa de 1993, e por sua rivalidade com Alain Prost.

No GP de Mônaco, ele venceu seis vezes, um recorde que ainda é admirado.

ESSA É UMA SINGELA HOMENAGEM DA GAMA ESPORTIVO A UM DOS MAIORES ATLETAS DO BRASIL E DO MUNDO.