O futebol é um esporte que mistura paixão e grandes massas, ou seja, caldo cultural perfeito para eventos populares impactantes, mas também fonte de confusões e de violência entre torcedores, principalmente quando falamos de torcidas organizadas. Mas desse “caldo” também podem sair coisas boas, como a união de torcidas de times diferentes, verdadeiras “alianças” que podem gerar amizades pessoais, churrascos de confraternização, e até apoio logístico em terras estrangeiras.
Na América do Sul, vários clubes tem “torcidas irmãs”, como vamos ver agora. Estas “amizades” podem se dar por várias razões, desde a semelhança entre as cores, origens migratórias comuns, mesmo apelido, ou rivalidades locais, como parece ser a maioria dos casos, ou seja, ”gosto do seu time porque ele venceu um rival do meu time”.
Grêmio 🤝 Nacional-URU
Uma das mais antigas, que começou na década de 50 e foi revivida nos anos 80, é a entre o Grêmio e o Nacional do Uruguai. O Nacional impediu o título do Internacional em 1980, e em 1983 o Grêmio venceu o Peñarol como retribuição. Além disso, vale dizer que Luis Suárez passou recentemente pelos dois clubes.
Internacional 🤝 Independiente
A torcida do Internacional, por sua vez, tem simpatia pelo C.A. Independiente, primeiro pelas cores, mas também pela rivalidade local. Em uma disputa pela Recopa Sul Americana em 2018, justamente contra o Grêmio, os torcedores argentinos puderam ficar em uma espécie de base cedida pela torcida do Inter. O Grêmio acabou campeão, mas a aliança ficou.
Vasco 🤝 Universidad de Chile
O Vasco e a Universidad de Chile é outro acordo curioso. Começa na Libertadores de 2010, quando a Universidad venceu o Flamengo por acachapantes 4 x 0, para delírio dos vascaínos. No ano seguinte, mesmo derrotados pelo time chileno na Sudamericana, os vascaínos trocaram camisas com os torcedores rivais, selando a parceria. Os dois times voltariam a se encontrar em 2018, na Libertadores.
Fluminense 🤝 Vélez Sarsfield
A amizade entre Fluminense e Velez Sarsfield em 2011, quando as diretorias do dois clubes se encontraram em Buenos Aires, trocaram camisas e, no ano seguinte, assinaram um acordo de colaboração no Rio de Janeiro.
Cruzeiro 🤝 San Lorenzo
O relacionamento entre a torcida do Cruzeiro e a do time do Papa Francisco, o San Lorenzo, começou em 2008 com um jogo entre as duas equipes e foi se consolidando a ponto dos argentinos. Em 2019, oferecerem um churrasco para mais de 100 torcedores cruzeirenses, na sua sede, na véspera de um jogo dos mineiros contra o River Plate, tradicional rival do San Lorenzo.
Atlético-MG 🤝 Estudiantes
Atlético-MG e Estudiantes de La Plata também se aliaram por conta das rivalidades locais. Em 2009, os mineiros foram para as ruas comemorar o título do Estudiantes em cima do rival Cruzeiro. Quatro anos depois, foi a vez do Estudiantes comemorar a vitória do Galo, mesmo ela sendo contra o Olímpia, e não contra algum time argentino. Torcedores dos dois clubes aprovaram inclusive a criação de um cachecol com as cores do dois times, preto ee branco de um lado e vermelho e branco na outra metade.
São Paulo 🤝 Chacarita Jrs.
São Paulo e Chacarita Jrs., por conta da semelhança entre os uniformes, também mantém uma amizade, que pode ser vista em muros perto da sede do time argentino. Inclusive, o clube convidou o São Paulo para disputar uma partida amistosa na comemoração dos seus 110 anos. Além disso, o Chacarita é o principal rival do Tigre, aquele mesmo, da final da Sudamericana de 2012.
Flamengo 🤝 Lanús
Flamengo e Lanús também mantém uma boa amizade, principalmente entre a La Barra 14, organizada do Lanús, e a Fla Manguaça, que já foi inclusive recepcionada pela torcida argentina no aeroporto de Buenos Aires. Na verdade, isso soa como uma retribuição à recepção calorosa dada pelo rubro-negro em 2012, quando o Lanús veio ao Rio enfrentar o Vasco da Gama, e inclusive ficou no mesmo hotel que o Flamengo usava como concentração.
Chapecoense 🤝 Atlético Nacional
A melhor aliança, ou pelo menos a que tem o motivo mais nobre, é entre a Chapecoense e o Atlético Nacional. A tragédia aérea que vitimou praticamente todo o time da Chapecoense, justamente quando eles iam disputar a final da Sudamericana contra o Atlético Nacional, fez com que o time colombiano abrisse mão do título, pedindo que a Conmebol entregasse o título de campeão à Chapecoense. Uma rara atitude que marcou o início de uma amizade eterna entre seus torcedores.
