Desde a Sudamericana de 2017, o Independiente vive em uma grave crise e está sumido do cenário futebolístico da América do Sul. Recentemente, foi divulgado que seu estádio, o Libertadores da América, está em situação calamitosa, e isso é uma boa ilustração.
Sete vezes campeão da Libertadores, o Independiente vive a pior crise de sua história, algo afirmado até mesmo por alguns de seus ex-presidentes. Financeiramente, o momento é ainda pior que no descenso do clube, em 2013. No ano passado, o Rojo chegou a recorrer a sua torcida para pagar uma dívida urgente, no montante de 20 milhões de dólares.
De 2014 a 2022, o clube foi presidido por Hugo Moyano, chefe do Sindicato dos Caminhoneiros e sogro do presidente da AFA, Chiqui Tapia. Durante parte deste período, ele foi acusado de lavagem de dinheiro. É um dos agentes políticos mais temidos pela Casa Rosada, incitando protestos e greves. O Rojo ainda sofre com seus próprios torcedores, visto que possuem uma das barras mais violentas da Argentina. Somados, tais fatos levaram a um caos geral. O atual presidente, Néstor Grindetti, havia inicialmente assumido como interino, por 90 dias, depois de Fabián Doman (famoso apresentador de TV) permanecer no cargo por 6 meses e renunciar, avaliando que não existia uma possível solução.
Em live da Twitch em 2023, Sergio Aguero deu fortes declarações a respeito do clube que o revelou. “É muito triste o que está acontecendo no clube, porque você não sabe o dinheiro que entrou nos últimos 10 anos. Se começarmos a fazer as contas, o dinheiro que entrou no Independiente é uma loucura. Estamos falando de 30 milhões de euros meus. Eles vendem Ustari por 10 milhões de euros, o que coloca mais 12 milhões de dólares, depois teve Germán Denis, não sei se eles também concordam. Acho que, facilmente, o Independiente chegou a 50 milhões de dólares em dois anos. Quanto o campo pode render? 10 milhões de dólares? Bem, você tem 40 restantes. E então você tem que vender Tagliafico, Barco, Meza, Biglia”, analisou o ex-atacante. Em abril do ano passado, as dívidas do clube eram estimadas em 120 milhões de reais, algumas pendentes há mais de 10 anos. A Justiça argentina impede a falência total através da “Lei Racing”, mantendo atividade esportiva enquanto valores são quitados.
Carrasco de clubes brasileiros, o Rey de Copas já foi um dos estádios mais temidos da América do Sul. Os argentinos eliminaram o Santos de Pelé, na semifinal de 1964; o São Paulo, na final de 1974; e o Grêmio de Renato Portaluppi, em 1984. O Independiente foi campeão em todas estas edições, além de 1965, 1972, 1973 e 1975 – ou seja, não vence uma Libertadores há 40 anos, sendo que não disputa a competição desde 2018. O último título rojo foi em 2017, na Sul-Americana vencida sobre o Flamengo, em pleno Maracanã.
Localizado a apenas 350 metros do El Cilindro, as condições do Estádio Libertadores da América viralizaram nos últimos dias. A bagunça geral vivida pelo Independiente afetou até mesmo a casa do clube, levando a reclamações de torcedores a respeito das arquibancadas. A Justiça argentina chegou até a ordenar uma vistoria em todos os setores do estádio.
O Independiente está em 18º lugar entre os 28 clubes do Campeonato Argentino, com 14 pontos conquistados entre os 33 disputados. El Rojo terá uma sequência difícil de jogos pela frente: o clássico contra o Racing, domingo (25), às 17 horas (BRA); oitavas de final da Copa Argentina, contra o Godoy Cruz, dia 28 de agosto; e partida contra o River Plate, válida pelo campeonato nacional, no dia 1º de setembro.
