A equipe de redação do Noite de Copa desenvolveu um novo projeto para contar a história de todos os grandes clubes do nosso país. Vamos falar sobre vários tópicos, desde a criação e fundação do clube até os dias atuais, sejam recordes, conquistas, honrarias, ídolos ou revoluções sociais.
Este é o 14º post e contaremos a história do Paraná Clube. Usaremos a categoria #HistóriaNoNC para vocês poderem acessar o acervo completo da história dos clubes brasileiros.
Fundação
Fundado no dia 19 de dezembro de 1989, o Paraná é fruto de uma união de tradição, determinação e glórias. Deram origem ao clube, outras duas agremiações, o Colorado Esporte Clube (Vermelho), e o Esporte Clube Pinheiros (Azul). E antes de começarmos a falar sobre o Tricolor, vamos explicar um pouco da história desses dois clubes que construíram a sua história no futebol paranaense.
O Colorado, fundado em 1971, também é fruto da fusão de outros clubes, mas não de dois, e sim de três. São eles: Britânia Sport Club, Palestra Itália Futebol Clube e o Clube Atlético Ferroviário. O Britânia, em uma década após a criação do Campeonato Paranaense, já era heptacampeão paranaense. O Ferroviário era octacampeão, enquanto o Palestra possuía três títulos.
O Pinheiros começou a sua vida se chamando Esporte Clube Água Verde, e após um plebiscito, mudou de nome, em 1971. É detentor de dois títulos paranaenses, e fez sucesso na década de 80 no estado.
A história da fusão desses dois clubes começou em 1988, quando os dirigentes de ambos cogitaram uma fusão, visando o cenário futebolístico de grande evolução na época. Em setembro deste ano, foram definidos o escudo e o nome do novo clube, assim como sua sede e estádio. Nascia então, em 1989, o Paraná Clube.
A trajetória do clube
O primeiro campeonato disputado pelo Paraná Clube foi o Campeonato Paranaense de 1990, onde, com apenas meses de existência, terminou em 4° lugar, sendo eliminado apenas na semifinal. No mesmo ano, o clube disputou a Seletiva Classificatória Paranaense, torneio esse que destinava vagas à Série C do Campeonato Brasileiro de 1990. O desempenho foi impecável, ficando em primeiro lugar, conquistando assim, seu primeiro título. O clube disputou a terceirona, e surpreendeu: conquistou a vaga para a Série B de 1991, ficando em 3° lugar.
E o ano de 1991 seria um ano mágico para o clube, porque, em apenas um ano de história, o Paraná chegou ao seu primeiro título oficial. O clube foi campeão paranaense pela primeira vez na história, após empatar com o Coritiba em 1×1, no Couto Pereira. A campanha histórica contou com 17 vitórias em 26 partidas, sendo coroada com o título ao fim.
Em 1992, mais uma campanha de destaque no Paranaense, ficando em 3° lugar, perdendo nas semifinais. Mas o que ninguém imaginava, era que o Paraná Clube entraria de vez na elite do futebol brasileiro naquele ano. O clube se sagrou campeão brasileiro da Série B de 1992, eliminando na competição equipes já consagradas, como o Santa Cruz, de Pernambuco, e o Vitória. Ainda em 1992, o Tricolor disputou sua primeira Copa do Brasil, chegando até às oitavas de final do torneio, sendo eliminado pelo Grêmio.
A década de 90 foi verdadeiramente marcante na história do clube. Sua grande torcida desfrutou de um início mágico do clube, disputando ano a ano o título paranaense, e chegando à Série A do Brasileirão em apenas 3 anos após sua fundação. Além disso, entre 1993 e 1997, o clube foi campeão paranaense em todos os anos. Era um começo avassalador de um clube que tinha menos de uma década de existência. O Paraná já nasceu gigante.
Nos anos seguintes, o clube fez boas campanhas na Copa do Brasil e no Brasileirão. Nesse último, viria a ser rebaixado à Série B somente em 1999. Contudo, em 2000, na Copa João Havelange, o Paraná foi campeão do Módulo Amarelo, que mais tarde seria considerada a Série B daquele ano. Por essa conquista, o Tricolor jogou as fases seguintes da competição, e foi eliminado somente nas quartas, pelo Vasco, que viria a ser campeão naquele ano.
Após campanhas medianas nos anos seguintes, em 2003, ficou em 10° lugar, se classificando para a sua primeira participação na Copa Sul-Americana, na qual foi eliminado ainda na primeira fase, para o Santos. Essa não era a primeira participação do Tricolor em competições continentais, já que participou da Copa Conmebol em 1999, usando seu time reserva. O clube foi eliminado para o Talleres, da Argentina.
Em 2005, se classificou novamente para a Sul-Americana, com o 7° lugar no Brasileirão. Após ser campeão estadual em 2006, na Sula, o Paraná decepcionou novamente, sendo eliminado na primeira fase para o rival Athletico Paranaense. Mas o melhor ainda estava por vir naquele ano. O clube faria uma campanha espetacular no Brasileirão, ficando na quinta posição, e com isso, se classificando pela primeira vez para a Copa Libertadores da América.
Na sua primeira campanha na Libertadores, fez bonito. Passou pela Pré-Libertadores, ao eliminar o Cobreloa, do Chile. Na fase de grupos, se classificou em segundo, com o Flamengo se classificando na liderança do grupo. Só foi parado nas oitavas, sendo eliminado pelo tradicional Libertad, do Paraguai.
Porém, num ano que deveria ser de festa e felicidade da torcida, foi amargada a volta para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O clube fez uma campanha terrível, ficando em 19° lugar. O que a torcida não esperava, era que o Paraná permaneceria naquela divisão por 11 anos.
O Paraná ainda frustraria a sua torcida em 2012, ao ser rebaixado para a Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense. Realmente foram anos para se esquecer. Mas, para quem pensa que a torcida deixou o time na mão, muito se engana. O apoio incondicional foi essencial nos tempos difíceis, e todo o esforço da torcida tricolor trouxe resultado. O clube voltaria à Série A do Brasileirão em 2018.
Na volta à elite, mostrou-se um time frágil e com muitos problemas, e terminou o campeonato na última colocação, com apenas 27% de aproveitamento. Esse seria o início da pior fase da história do clube.
Em 2019, fez boa campanha na segundona, ficando na sexta posição. Porém, em 2020, veio o temido rebaixamento à Série C do campeonato nacional. E se já não fosse suficiente, o clube emendaria outro rebaixamento no ano seguinte, indo para a Série D. Seria a primeira vez do clube no 4° nível do futebol nacional.
O ano de 2022 começou, e terminou de forma melancólica para os torcedores tricolores. O clube foi rebaixado no estadual, e, após ser eliminado pelo Pouso Alegre, ficaria sem divisão nacional pela primeira vez em sua história. Em 2023, o clube não consegue o acesso à primeira divisão estadual, permanecendo por mais um ano na Divisão de Acesso.
A sua torcida mostra sua imensa força, e começa a campanha pela volta do Paraná à elite do futebol paranaense com o pé direito. O clube mandou seus dois primeiros jogos na Ligga Arena, e no Couto Pereira, levando mais de 60 mil torcedores para acompanharem as duas vitórias do time.
Base
O Paraná Clube é nacionalmente conhecido por ser um excelente clube formador. Uma de suas grandes revelações, ou talvez a maior, é a do meia Ricardinho, que passou por diversos gigantes do nosso futebol. Posteriormente, o jogador viria a se tornar técnico do clube, conquistando o título da segunda divisão paranaense em 2012. Dentre tantas revelações, as com maior destaque recente são as de Thiago Neves e Giuliano, ambos com grande passagem por diversos clubes.
Escudo e mascote
O escudo foi feito no formato de um pinhão, fruto dos Pinheiros, tipo de árvore símbolo do Estado do Paraná. Com as cores vermelha, vindo do Colorado E.C. e azul, essa do E.C. Pinheiros, formam a identidade do escudo. Nele ainda possui a Gralha Azul, mais um símbolo do estado, e um pinheiro.
Por falar na Gralha, esse é o mascote oficial do Tricolor, representando sua identificação com a cultura e o povo paranaense.
Estádios
O Tricolor da Vila recebe esse nome justamente pelo seu estádio, o Durival Britto, mais conhecido como Vila Capanema. O estádio era de propriedade do Ferroviário, e, depois das fusões, passou a ser do Paraná. A Vila fica localizada no Jardim Botânico, mas quando foi construída, o bairro levava o mesmo nome do apelido. O estádio chegou a sediar jogos da Copa do Mundo de 1950, e na época, era o terceiro maior estádio do Brasil, atrás do São Januário e do Pacaembu.
Outro estádio que o Paraná utilizou foi a Vila Olímpica do Boqueirão, este vindo do Pinheiros. O clube utilizou pouco o estádio, em comparação com os outros dois.
Mais um palco que o Paraná utilizou foi o estádio Pinheirão, e foi em meio a polêmicas. O clube fez um acordo com a Federação Paranaense de Futebol, e passou a administrar o estádio. A torcida não gostou, isso porque o clube deixou de lado a Vila Capanema, que já era patrimônio do clube. Porém, em 2006, após pressão da torcida, o clube iniciou a sua volta à Vila. Por dívidas, o estádio foi a leilão em 2012 e deixou de ser utilizado.
Torcida e rivalidade
A torcida do Paraná é conhecida pela sua fidelidade e apoio incondicional ao clube. Passando por diversas dificuldades e incertezas nos últimos anos, a única certeza era de que sua torcida estaria presente para prestar apoio ao Tricolor. Em números, é a terceira maior entre os clubes do Paraná, atrás apenas de Athletico Paranaense e Coritiba.
Estes, inclusive, são seus dois maiores rivais. Depois de pouquíssimo tempo após ser fundado, o Paraná foi dominante em seu território, conquistando títulos e desbancando clubes tradicionais. Por conta disso, iniciou-se uma rivalidade enorme contra o Coxa e o Furacão. As três agremiações decidiram diversos campeonatos estaduais, colocando ainda mais fogo na rivalidade.
Histórico
Paraná Clube x Coritiba
17 vitórias
16 empates
30 derrotas
Paraná Clube x Athletico-PR
16 vitórias
19 empates
31 derrotas
Principais títulos
Campeonato Brasileiro Série B x2 (o Módulo Amarelo da Copa João Havelange em 2000 é equivalente à Série B)
Campeonato Paranaense x7
Jogadores e técnicos históricos
O Paraná Clube reúne ao longo de sua história diversas figuras emblemáticas. Jogadores como Ricardinho, Marcos, Saulo, Adoílson, João Antônio, Lúcio Flávio, Caio Júnior, Tcheco, Thiago Neves e Giuliano, marcaram época no clube. Saulo, inclusive, é tido como o maior ídolo pela torcida, além de ser o maior artilheiro da história do clube, com 104 gols. O recordista de jogos pelo clube é o goleiro Marcos, com mais de 350 jogos.
Mas não foram só os jogadores que deixaram sua marca na história do Paraná. O clube recebeu grandes treinadores, entre eles estão Rubens Minelli, Levir Culpi, Vanderlei Luxemburgo, Caio Júnior, Marcelo Oliveira, Fernando Diniz e muitos outros.
Um clube que nasceu irreverente, conquistando títulos e mais torcedores. Um clube que não desiste, e sua torcida jamais desistirá dele. O Paraná luta para voltar ao seu lugar, que foi conquistado em tão pouco tempo: a primeira prateleira do futebol brasileiro. Um sentimento que nunca acabará!
🎶Paraná já nasceste gigante,
és o fruto de luta e união.
Tens a força, o arrojo, a imponência
e o poder da realização.🎶
