Criciúma Esporte Clube: onde a paixão nunca desvanece mesmo nas horas mais difíceis.

A história do Criciúma Esporte Clube pelos olhos do Noite de Copa.

Noite de Copa
Por Noite de Copa 9 Minutos de Leitura

Este é o 12º post e usaremos a hashtag #HistóriaNoNC e destacaremos o post para vocês poderem acessar o acervo de arquivos durante a série de postagens. O décimo segundo post é sobre o Criciúma Esporte Clube.

A fundação

O CEC Comerciário Esporte Clube foi fundado em 13 de maio de 1947, na Praça Nereu Ramos, por um grupo de rapazes, na maioria com 18 anos, moradores do centro da cidade de Criciúma. Esta foi a primeira vez que o centro possuía um time de futebol.

Criciúma Esporte Clube: onde a paixão nunca desvanece mesmo nas horas mais difíceis.

No dia 15 de maio, do mesmo ano, aconteceu a primeira partida do recém fundado clube. O adversário foi o já tradicional São Paulo Futebol Clube, da Vila Operária. O jogo aconteceu no estádio do Ouro Preto e a jovem equipe foi derrotada por 4 a 0.

A primeira bola do time foi comprada por 17 contos e 500 réis e o primeiro terno, listrado de azul e branco, adquirido após uma coleta no comércio.

No dia 8 de junho, as duas equipes voltaram a se defrontar no mesmo local. O time do São Paulo voltou a aplicar outra goleada, 4 a 1, sendo que o zagueiro, Carlitos, foi o autor do primeiro gol do time do centro.

A primeira vitória só aconteceu na terceira partida, também diante do São Paulo, o Comerciário venceu pelo placar de 3 a 2. A primeira viagem foi para Siderópolis, onde o time enfrentou o Grêmio Esportivo Macedo Soares, onde a equipe de Criciúma Esporte Clube empatou com os donos da casa.

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Primeiros títulos, títulos estaduais e nacionais

O primeiro título do Comerciário foi conquistado em Siderópolis, em 8 de fevereiro de 1948. O time era considerado a zebra do torneio, por ser o caçula da região. Em 1949 aconteceu a primeira grande vitória do time do centro, a equipe azul e branca derrotou o Atlético Operário em duas oportunidades, por 3 a 1 e 6 a 1, conquistando assim o seu primeiro título da LARM (Liga Atlética da Região Mineira. O esquadrão campeão era formado por: Mário; Colombi, Vante, Muricy e Zoile; Ary, Carlitos e Eraldo; Detefon, Aníbal e Bigode.

Em 49, repetindo a mesma base, tornou-se novamente campeão, derrotando de novo o Atlético Operário. O tricampeonato foi conseguido em 1951. Com uma campanha invejável, o Comerciário venceu 20 partidas das 28 disputadas, empatou 4 e perdeu 4.

Em 1955, o clube inaugurava o Estádio Heriberto Hülse. Apesar de ter perdido para o Imbituba Esporte Clube por 1 a 0, na inauguração, a vinda do estádio deu novo ânimo ao time, que em 1957 e 1958 voltaria a ser campeão da LARM.

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O clube conquistou a Copa do Brasil em 1991 diante do Grêmio. Na partida de ida, em Porto Alegre, os times empataram em 1 a 1 – o zagueiro Vilmar marcou o gol dos catarinenses, de cabeça. O estádio Heriberto Hulse recebeu o jogo decisivo, que terminou em 0 a 0. O gol fora de casa garantiu o título ao Criciúma, que teve no comando da equipe Luiz Felipe Scolari, o Felipão.

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Além do título da competição, o Tigre é 12 vezes campeão estadual e se sagrou campeão da Série B do Campeonato Brasileiro em 2002 e da Série C em 2006.

No Brasileirão Série B de 2023, o Criciúma fez grande campanha e conseguiu o acesso pra série A do Brasileirão de 2024.

Nova era: Surge o Criciúma Esporte Clube

No ano de 1977, o Comerciário resolveu voltar as atividades profissionais. Sob a tutela de Osvaldo Patrício de Souza, o clube queria recriar o passado de glória que o futebol havia vivido na cidade.

Mesmo contando com um bom apoio financeiro, o Comerciário não conseguia reagir naquele primeiro ano de retorno. Em virtude de uma briga com a federação em função de confusões que aconteceram no primeiro jogo do campeonato estadual daquele ano, em que o Comerciário perdeu para o Avaí por 2 a 1, o clube acabou perdendo o mando de campo em dois jogos decisivos que definiram a classificação para a fase final. Assim, o Comerciário acabou perdendo a vaga e foi obrigado a disputar uma deficitária repescagem.

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Havia, no entanto, um outro grande problema que o clube tinha que enfrentar e não vinha obtendo resultados: a falta de torcida.

O fantasma do Esporte Clube Metropol ainda habitava a cabeça dos criciumenses. Conhecido como o “time dos mineiros”, o Metropol foi diversas vezes campeão estadual, excursionou pela Europa e representou por cinco vezes o estado na Taça Brasil sendo que, em uma delas, chegou às finais.

Com tudo isso, a comparação era inevitável, e o Comerciário sempre saia perdendo.

Foi então, que surgiu a ideia de se trocar o nome para Criciúma Esporte Clube, no intuito de trazer para o estádio os torcedores dos extintos Ouro Preto, Atlético Operário, Próspera, Boa Vista e até o Metropol. Assim, em 2 de abril de 1978, o clube passava a se chamar Criciúma Esporte Clube.

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Times históricos: O melhor time da história do Criciúma

O time de 1982 foi o melhor que a cidade já teve. O meio campo contava com: Edgar, Paulinho Criciúma e Luiz Freire. No ataque: Anchieta e Vargas e, mais tarde, viria Paulinho Cascavel.

Este time deu a primeira glória ao Criciúma ao vencer o Flamengo por 4 a 2, logo após o mesmo ter sido campeão do mundo. Os gols foram marcados por Luiz Freire, Vargas (2) e Naldo para o Criciúma; Lico e Zico para o Flamengo.

A equipe que venceu o Flamengo era treinada por Lori Sandri.

O jogo foi no dia 25 de fevereiro de 1982 e o time do Criciuma jogou com: Zé Carlos, Assis, Larry, Eduardo e Alvaro; Edmar, Paulinho Criciúma e Luis Freire; Mica, Vargas e Anchieta. No 2º tempo,entraram: Naldo, Serrano e Dagoberto. Foi a primeira derrota do Flamengo após o título Mundial.

O Flamengo jogou com: Cantarele, Leandro, Figueiredo, Marinho (Mozer) e Júnior; Andrade (Vítor), Adílio, Zico e Lico; Tita (Popéia) e Nunes. O técnico era Carpegiani. O estádio ficou completamente lotado.

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No dia 11 de dezembro de 1982, o Criciúma viria a perder o campeonato estadual para o Joinville ao empatar, em casa, em 1 a 1, Sendo que em 1981, já havia perdido a primeira decisão no estádio Ernesto Schillen Sobrinho.

A torcida, revoltada com o resultado, invadiu o campo, transformando o estádio Heriberto Hülse numa praça de guerra. Houve confronto entre polícia e torcedores.

A polícia militar de Florianópolis estava em peso e usou bombas de gás lacrimogêneo, além de soltar cães policiais treinados contra a turba. Muita gente foi parar no hospital e o episódio repercutiu nacionalmente.

Década de 1990: A glória jamais alcançada antes

Em 1987, o Criciúma consegue a oitava colocação no módulo amarelo da Copa União, reconhecido pela CBF como o Campeonato Brasileiro de Futebol daquele ano.

Em 1989, o time volta a ser campeão estadual, conquistando também em 1990 e em 1991 com o Campeonato estadual.

Ainda em 1991, o clube conseguiu o principal título da história do futebol catarinense em todos os tempos, a Copa do Brasil, contra o Grêmio.

Na primeira partida, em Porto Alegre, aconteceu um empate em 1 a 1, com o gol do Tigre sendo assinalado em uma cabeçada do zagueiro Vilmar.

Na partida de volta, no Heriberto Hülse, ocorreu outro empate, só que desta vez em 0 a 0. A vantagem do gol fora de casa deu ao Tigre o tão sonhado campeonato e a vaga para disputar a Libertadores da América em 1992.

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TOP 5: Ídolos da história do Criciúma

O Criciúma disputou a Série B do Brasileirão e fez uma campanha surpreendente que o colocou de volta à Série A depois de 10 anos.

O Tricolor de Santa Catarina, que leva a sua cidade no nome, é um clube tradicional no estado, com tradição na disputa da Primeira Divisão e um título de Copa do Brasil no currículo.

Na sua história, diversos atletas passaram e muitos deles marcaram época.

Selecionamos cinco ídolos que estão no imaginário do torcedor carvoeiro, confira abaixo:

NomePosiçãoAnos no clubeTítulos
AlexandreGoleiro1989-1995, 19984x – Campeonato Catarinense
1x – Copa do Brasil
Paulo BaierMeio-campo1997 – 1998, 2002 – 2003, 20141x – Campeonato Catarinense
1x – Série B do Brasileirão
Vanderlei MiorAtacante1985 – 19924x – Campeonato Catarinense
1x – Copa do Brasil
Fato marcante: Maior artilheiro da história do Criciúma com 84 gols.
SoaresAtacante1988- 19924x – Campeonato Catarinense
1x – Copa do Brasil
Jairo LenziAtacante1989 – 1992, 1993 – 19942x – Campeonato Catarinense
1x – Copa do Brasil

Os maiores jogos da história do Criciúma

O século XXI tem sido de altos e baixos para o torcedor do Criciúma. O Tigre teve momentos marcantes, como os títulos nacionais de 2002 e 2006, mas ficou perto de cair para a série D do Brasileiro em 2009 e volta a disputar a terceira divisão dez anos após o acesso, em 2010.

Confira a “lista Noite de Copa” de jogos marcantes do Criciúma:

Criciúma 4 x 1 Fortaleza – 7/12/2002 – Série B:

Já garantido na Série A de 2003 após eliminar o Remo nas quartas de final, o Tigre ainda passou pelo Santa Cruz antes de chegar à final, contra o Vitória. O segundo título nacional da história do Criciúma veio após goleada em casa sobre o Fortaleza, jogo marcado pelo “hat-trick” de Paulo Baier e briga generalizada no final da partida.

O time comandado por Edson Gaúcho tinha perdido a primeira partida no Ceará, por 2 a 0. No jogo da volta, abriu 3 a 0, com dois gols de Paulo Baier – então atuando como lateral-direito – e do meio-campo Dejair. O Fortaleza chegou a descontar com Vinícius, artilheiro da competição, mas o terceiro tento de Baier sacramentou a vitória e o título do Criciúma.

Momentos antes do final do jogo, uma troca de cusparadas entre Vinícius e Juca se transformou em briga generalizada entre as duas equipes. O resultado foi a expulsão de três jogadores do time cearense e dois da equipe catarinense por Paulo César Oliveira, árbitro da partida.

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Criciúma 6 x 0 Vitória – 26/11/2006 – Série C

O caminho para conquistar o acesso à segunda divisão nacional foi longo. Antes de chegar ao octogonal final, etapa que decidiria os quatro times que subiriam à Série B do Brasileiro, o Tigre teve que passar por outras três fases de grupos. A sequência de sete vitórias do time comandado por Guilherme Macuglia fez com que o Criciúma garantisse o acesso contra o Treze-PB, restando ainda cinco rodadas a serem disputadas.

O título também veio de maneira antecipada: na penúltima rodada, em casa, contra o Vitória. Além da taça, a partida ficou marcada pela goleada sobre o time baiano, que tinha no elenco o zagueiro David Luiz – jogador do Arsenal que disputou a Copa do Mundo de 2014 com a Seleção Brasileira – iniciando a carreira. Ao fim do primeiro tempo, o placar já estava em 5 a 0 para o time catarinense.

Na segunda etapa, sob muita chuva no Heriberto Hülse, até o goleiro Zé Carlos chegou a fazer o seu, em cobrança de falta e falha do goleiro Emerson. Beto Cachoeira (duas vezes), Alex Sandro, Leandro Guerreiro e Fernandinho também balançaram as redes na partida.

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Criciúma 0 x 0 Atlhético-PR – 17/11/2012 – Série B

Apesar do Tigre ter passado todas as rodadas daquele ano no G-4 da Série B, o último acesso da equipe não aconteceu de forma tranquila para a torcida carvoeira.

O Criciúma teve a chance de garantir a participação na Série A do ano seguinte nos jogos anteriores dentro de casa, contra Joinville e São Caetano, mas perdeu as duas partidas.

A definição veio só na penúltima rodada, no empate por 0 a 0 contra o Athlético-PR. Em jogo tenso, o resultado só garantiria o acesso do Criciúma caso o São Caetano não vencesse a partida contra o Goiás, que acontecia no mesmo horário. Aos 41 minutos do segundo tempo, os mais de 16 mil torcedores presentes no Heriberto Hülse comemoraram: o goleiro Harlei, do time goiano, havia defendido a cobrança de pênalti de Aílton, do Azulão, e evitado o gol que adiaria a festa dos tricolores.

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Criciúma 2 x 0 Macaé – 23/10/2010 – Série C

Após ter perdido por 3 a 2 para o Macaé, no Rio de Janeiro, a tensão tomou conta da cidade do Sul de Santa Catarina no intervalo de 13 dias para a partida de volta das quartas de final.

O Tigre, que chegou a abrir 2 a 0 no placar fora de casa, cedeu a virada e agora precisaria vencer o time carioca no Heriberto Hülse.

Em jogo marcado por muitas reclamações dos jogadores do Macaé, o Criciúma abriu o placar com Marcos Denner, de cabeça.

O resultado já garantia o acesso do time catarinense por ter feito dois gols fora de casa – a disputa era decidida no critério de gol qualificado. A confirmação da conquista veio aos 36 minutos do segundo tempo, quando Ronny completou para as redes e fez a festa dos mais de 19 mil carvoeiros presentes.

Em início de carreira, Agenor e Rodrigo Milanez participaram daquela campanha e voltaram a vestir a camisa tricolor na série C de 2020. Enquanto o goleiro foi titular em toda a competição, o zagueiro atuou pouco, mas participou da partida contra o Macaé, saindo do banco de reservas aos 40 minutos do segundo tempo.

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Criciúma 1 x 0 São Paulo – 01/12/2013 – Brasileirão

Em um Heriberto Hülse lotado, com 18.539 torcedores, a vitória sobre o Tricolor Paulista, na penúltima rodada da competição, foi essencial para o Tigre encaminhar a permanência na Série A do Brasileiro do ano seguinte. Logo no início da partida, Sueliton recebeu de Wellington Paulista e, impedido, sofreu pênalti, que foi convertido por WP9.

Os 89 minutos de jogos restantes foram de apreensão para a torcida do time catarinense, que contou com a pouca motivação do São Paulo para assegurar a vitória.

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Essa foi a thread especial do @NoitedeCopa sobre o carvoeiro que fez aniversário de 77 anos no dia 13 de maio de 2024.

Nós somos as 5 dimensões do futebol.
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