Na última semana, o retorno de Philippe Coutinho ao Brasil foi anunciado. Aos 32 anos, o vascaíno voltou ao clube de seu coração, após 14 anos jogando fora do país. A empolgação ao redor da contratação logo gerou um hit, criado por dois torcedores: “A Barreira vai virar baile”. Mas o que seria essa barreira? A PFQL te conta nesse fio… 🧶
Na década de 30, São Januário foi inaugurado como o maior estádio da América do Sul. Naquela época, o estádio tinha uma localização que chamava atenção por sua elevação em relação à Baía de Guanabara, gerando a alcunha de Gigante da Colina (essa é a versão mais divulgada, porém há quem conteste e afirma que a origem do apelido vem da distância do Morro de São Januário). Essa colina foi demolida, dando lugar a casas populares, que viriam a formar a Barreira do Vasco.
Citada logo no primeiro verso da música (“se tem jogo do Vascão, pra Barreira logo eu vou”), a Barreira tem uma relação quase centenária com o Cruz Maltino. A Escola Municipal João de Camargo, por exemplo, tem o terreno localizado no bairro da Barreira, e foi doado pelo Vasco na década de 60. Muitos bares no entorno são frequentados por torcedores vascaínos em dia de jogo, além de projetos sociais que são realizados com a comunidade. Nas sextas há, inclusive, uma “feirinha” em frente ao estádio.
Imagem por @giuliiadias
O sociólogo e ex-morador da comunidade Felipe Souza contou a Paulo Murilo que antes, aulas gratuitas de diversos esportes eram oferecidas. Além disso, as famílias da favela tinham acesso à piscina do clube, mesmo com protestos dos associados. Tal entrada passou a ser proibida mas, desde 2009, há o “Dia da Ação Social”. Ele também afirma que, quando São Januário não enchia, os portões eram abertos no segundo tempo.
Hoje, cerca de 20 mil pessoas (aproximadamente 100 destas são funcionários do Vasco) vivem na comunidade, o que representa e reforça a ideologia e identidade popular vascaína. A promessa para a reforma de São Januário é que famílias sejam incluídas no processo, para que ninguém seja prejudicado. Afinal, o Vasco move a Barreira, e a Barreira move o Vasco.
✏️ @lzbuchebuan – Dep. de Redação | @pfqloficial