A história da Fonte Nova

A história da atual Arena Fonte Nova é marcada por momentos inesquecíveis para o futebol baiano, brasileiro e MUNDIAL. Inaugurada em 1951, com o nome oficial de Estádio Octávio Mangabeira, em homenagem ao então governador da Bahia, rapidamente se tornou um símbolo da paixão pelo futebol na região.

Bruno de Oliveira Menezes
Por Bruno de Oliveira Menezes 7 Minutos de Leitura

História e Inauguração

A história da atual Arena Fonte Nova é marcada por momentos inesquecíveis para o futebol baiano, brasileiro e MUNDIAL. Inaugurada em 1951, com o nome oficial de Estádio Octávio Mangabeira, em homenagem ao então governador da Bahia, rapidamente se tornou um símbolo da paixão pelo futebol na região.

Inicialmente, o estádio contava com apenas um lance de arquibancadas e uma capacidade estimada para 30.000 torcedores, o que já era considerado um grande avanço para a época. E depois ampliada com a construção do anel superior para algo em torno de 80 mil pessoas, mesmo o recorde de público da arena sendo mais de 110 mil torcedores.

A partida inaugural foi disputada entre o Botafogo de Salvador, que na época era um dos clubes mais tradicionais do futebol baiano, e o Guarany-BA. O confronto terminou com a vitória do Botafogo por 1 a 0, sendo que o primeiro gol da história do estádio foi marcado por Antônio, jogador do Botafogo.

A história da Fonte Nova
FOTO: estadios.net

Arquitetura

Para muitos um dos estádios mais bonitos do Brasil!

É a obra mais importante e representativa de Diógenes Rebouças, arquiteto e urbanista baiano falecido em 1994. Houve uma ampliação entre os anos de 1968 e 1971, com a construção do anel superior, tendo como projetista o próprio Rebouças. Em seu entorno funcionava um ginásio (Balbininho) e uma vila olímpica com piscinas e pista de atletismo, ambas infelizmente não existem mais. Sua característica mais marcante ainda é a abertura frontal com vista do Dique do Tororó, lagoa artificial nas imediações do estádio.

Localizada no centro da cidade de Salvador, a Arena Fonte Nova é o primeiro estádio do estado com características multiuso, oferecendo espaço para futebol, lazer e entretenimento em um único local.

Características da Arena Fonte Nova:

– 10 níveis de altura, com capacidade para 50 mil pessoas em assentos cobertos, distribuídos em três anéis de arquibancada.
– 70 camarotes com capacidade total de 1.250 pessoas.
– 94 banheiros, incluindo 23 para deficientes.
– 9 elevadores.
– 40 quiosques de alimentação.
– Mais de 2 mil vagas de estacionamento.
– Mais de 2 mil assentos premium.
– Acessibilidade: 358 cadeiras para espectadores com mobilidade reduzida, 66 vagas exclusivas para cadeirantes, 60 cadeiras para obesos, 16 assentos para deficientes visuais, 500 assentos para acompanhantes.

A história da Fonte Nova
Foto: Divulgação/EC Bahia

Principais eventos

O maior evento não esportivo realizado na Fonte Nova foi o show de Ivete Sangalo, em 21 de dezembro de 2003, em celebração aos seus dez anos de carreira. A apresentação marcou a gravação do CD e DVD MTV ao Vivo, lançado em 2004 pela MTV/Universal. O evento contou com a participação de vários artistas renomados, como Daniela Mercury, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Margareth Menezes e Tatau, então vocalista do Araketu. O show reuniu cerca de 80.000 pessoas

Entre as competições de destaque que tiveram a Arena Fonte Nova como palco estão a Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Apesar de o Rio de Janeiro ter sido a cidade-sede dos Jogos Olímpicos, partidas de futebol masculino e feminino foram realizadas em outras cinco cidades, incluindo Salvador. Na Arena Fonte Nova, ocorreram dez jogos olímpicos, sendo sete do futebol masculino e três do feminino, aproveitando os investimentos feitos para a Copa do Mundo. Além disso, o estádio sediou uma partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 da Seleção Brasileira e foi confirmado como uma das sedes da Copa América de 2019.

Também foi palco de um momento histórico durante a Copa do Mundo FIFA de 2014: o icônico gol de Van Persie, pela Holanda, na goleada sobre a Espanha por 5 a 1. O atacante holandês marcou um dos gols mais memoráveis do torneio com uma cabeçada espetacular, que ficou conhecida como o “gol voador”.

A história da Fonte Nova
Van Persie marca golaço em Copa do Mundo — Foto: Getty Images

Maiores públicos

1- Bahia 2×1 Fluminense – Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1988 – Público: 110.438 

2- Bahia 1×1 Vitória – Decisão do Campeonato Baiano de 1994. Maior público Ba-Vi da história – Público: 97.240 

3- Bahia 1×0 Flamengo/Vitória 0x1 Grêmio – Rodada dupla, torneio de reinauguração da Fonte Nova em 1971 – Público: 94.972 

4- Bahia 3×0 Santos – Campeonato Brasileiro de 1986 – Público: 93.455

5- Bahia 2×1 Internacional – Decisão do Campeonato Brasileiro de 1988, jogo de ida – Público: 90.508

Importância para o Esporte Clube Bahia

Títulos oficiais do Bahia conquistados na Fonte Nova:

  • 2 Copas do Nordeste (1 na antiga e 1 na nova)
  • 1 Copas Norte/Grupo N-Ne da Taça Brasil (1 na antiga e 0 na nova)
  • 30 Campeonatos Baianos (27 na antiga e 3 na nova)
  • 5 Torneios Início (5 na antiga e 0 na nova)

Fonte: @ecbahianumeros

A história da Fonte Nova
Foto: Walmir Cirne/Coofiav / Gazeta Press

Rivalidade

No maior clássico da região e um dos maiores do Brasil, o Ba-Vi, os confrontos na antiga Fonte Nova somam um total de 315 jogos, com o Bahia vencendo 126 vezes, empatando 105 e perdendo 84 partidas.

Na atual Arena Fonte Nova, foram disputados até agora 26 jogos, nos quais o Bahia venceu 11, empatou 8 e perdeu 7 confrontos. Esses números consolidam o clássico como um dos mais intensos e disputados do futebol brasileiro e mostram a superioridade do Esquadrão.

Fonte: @ecbahianumeros

No entanto, a reinauguração da Arena Fonte Nova em 2013 é uma lembrança amarga para os torcedores tricolores. No dia 7 de abril daquele ano, um Ba-Vi marcou a reabertura do estádio, e o Vitória protagonizou uma goleada histórica de 5 a 1, que ficou para sempre na memória dos torcedores rubro-negros.

Esse resultado manteve um tabu de oito jogos sem derrota para o Vitória e resultou na demissão do técnico Jorginho, intensificando ainda mais a rivalidade entre os clubes.

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Renato Cajá comemora o 1º gol do clássico e da Arena (Foto: Leogump Carvalho/Frame/Agência Estado)

Artilheiros 

Ao longo de sua história, a Fonte Nova viu muitos craques desfilarem seu talento. Jogadores como Cláudio Adão, Bobô, Charles Fabian e mais recentemente, Gilberto, marcaram seus nomes como alguns dos maiores artilheiros a atuar no estádio.

Gilberto, em especial, se destacou nos anos mais recentes, sendo o grande goleador do Bahia e da Arena, com 30 gols marcados.

Os 10 maiores artilheiros do Bahia na nova Fonte Nova:

1- Gilberto 30

2- Edigar Junio 27

3- Kieza 22

4- Hernane 18

5- Everaldo 15

6- Régis 14

7- Vinícius 13

8- Zé Rafael 13

9- Cauly 12

10- Fernandão 12

10 maiores artilheiros do Bahia na antiga Fonte Nova:

1- Douglas 128

2- Carlito 107

3- Uéslei 98

4- Hamilton 94

5- Nonato 83

6- Osni 80

7- Beijoca 74

8- Marcelo Ramos 71

9- Biriba 69

10- Alencar 58

Fonte: @ecbahianumeros


Patrocínios e Expansão Comercial

O primeiro contrato de naming rights da Arena Fonte Nova foi fechado em 2013 com o grupo de cerveja Itaipava, com duração de 10 anos. Pelo acordo, a arena passou a ser chamada de “Arena Itaipava Fonte Nova”, e o estádio receberia R$ 10 milhões por ano da cervejaria. Além disso, a Itaipava garantiu exclusividade na comercialização de produtos como cervejas, isotônicos e energéticos dentro das dependências da arena. Esse contrato marcou um importante passo na comercialização e gestão do estádio após sua modernização.

Com o término do contrato com a Itaipava, a Arena Fonte Nova passará a ter um novo nome a partir desta temporada. Um acordo de naming rights foi fechado com a Casa de Apostas, empresa do setor de apostas, e o estádio será renomeado para “Casa de Apostas Arena Fonte Nova” a partir do primeiro trimestre deste ano. O contrato tem duração de quatro anos, e o acordo inclui contrapartidas para todas as partidas de futebol e eventos, como shows, realizados na arena. O valor total arrecadado com as propriedades comercializadas, que incluem o naming rights, sector rights e supply com outros parceiros, será de R$ 13 milhões anuais, totalizando R$ 52 milhões ao longo do contrato.

Impacto Econômico e Social

Entre 2017 e 2018, a Arena Fonte Nova impactou a economia baiana em R$ 845 milhões nos setores de esporte, entretenimento e negócios, de acordo com um estudo do Instituto Miguel Calmon (IMIC). A projeção para 2019 era de movimentar R$ 574 milhões, um aumento de 36% em relação à média dos dois anos anteriores, elevando o valor total de transações no período de 2017 a 2019 para R$ 1,42 bilhão.

Segundo Dênio Cidreira, presidente da Arena Fonte Nova, esses números reforçam o papel da Arena no desenvolvimento econômico da Bahia, especialmente em turismo, negócios e entretenimento. Os shows internacionais, por exemplo, além de gerar receitas diretas, como bilheteria e patrocínios, também impulsionam o setor turístico, beneficiando hotéis, restaurantes, agências de viagem e transportes.

Em 2017, foram realizados 67 eventos com público de 647 mil pessoas. Já em 2018, o número de eventos subiu para 95, impactando mais de 1,2 milhão de pessoas.

Em 2020, a Arena Fonte Nova transformou-se no maior hospital de campanha da Bahia para atender pacientes diagnosticados com Covid-19. Dando lugar a uma equipe multidisciplinar de quase 400 profissionais, incluindo saúde, segurança e administração. Montada na área dos camarotes, a unidade foi equipada e gerida pelo Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Saúde (Sesab), com capacidade para 240 leitos, sendo 100 de UTI e 140 de enfermaria, disponibilizados de acordo com a demanda.


Tragédia na Arena

A maior tragédia ocorrida dentro de um estádio de futebol no Brasil ocorreu no dia 25 de novembro de 2007, durante uma partida entre Bahia e Vila Nova pela Série C do Campeonato Brasileiro, sete torcedores morreram após uma parte da arquibancada superior da antiga Fonte Nova ceder, causando a queda de uma altura de cerca de 20 metros. O estádio, que já enfrentava uma série de problemas estruturais e limitações, abrigava mais de 60 mil pessoas naquele dia, quando o Bahia garantiu o acesso à Série B. Apesar da tragédia, ninguém foi responsabilizado criminalmente pelas mortes.

Duas estrelas no escudo, sete estrelas no céu. , uma homenagem a Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Jr, essa tragédia não vai e nem pode ser esquecida.

A história da Fonte Nova
Foto: Welton Araújo/Agência A Tarde/AE
Fotografo, redator, publicitário e especial em Marketing e Comunicação no futebol.
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