História e Inauguração
A história da atual Arena Fonte Nova é marcada por momentos inesquecíveis para o futebol baiano, brasileiro e MUNDIAL. Inaugurada em 1951, com o nome oficial de Estádio Octávio Mangabeira, em homenagem ao então governador da Bahia, rapidamente se tornou um símbolo da paixão pelo futebol na região.
Inicialmente, o estádio contava com apenas um lance de arquibancadas e uma capacidade estimada para 30.000 torcedores, o que já era considerado um grande avanço para a época. E depois ampliada com a construção do anel superior para algo em torno de 80 mil pessoas, mesmo o recorde de público da arena sendo mais de 110 mil torcedores.
A partida inaugural foi disputada entre o Botafogo de Salvador, que na época era um dos clubes mais tradicionais do futebol baiano, e o Guarany-BA. O confronto terminou com a vitória do Botafogo por 1 a 0, sendo que o primeiro gol da história do estádio foi marcado por Antônio, jogador do Botafogo.
Arquitetura
Para muitos um dos estádios mais bonitos do Brasil!
É a obra mais importante e representativa de Diógenes Rebouças, arquiteto e urbanista baiano falecido em 1994. Houve uma ampliação entre os anos de 1968 e 1971, com a construção do anel superior, tendo como projetista o próprio Rebouças. Em seu entorno funcionava um ginásio (Balbininho) e uma vila olímpica com piscinas e pista de atletismo, ambas infelizmente não existem mais. Sua característica mais marcante ainda é a abertura frontal com vista do Dique do Tororó, lagoa artificial nas imediações do estádio.
Localizada no centro da cidade de Salvador, a Arena Fonte Nova é o primeiro estádio do estado com características multiuso, oferecendo espaço para futebol, lazer e entretenimento em um único local.
Características da Arena Fonte Nova:
– 10 níveis de altura, com capacidade para 50 mil pessoas em assentos cobertos, distribuídos em três anéis de arquibancada.
– 70 camarotes com capacidade total de 1.250 pessoas.
– 94 banheiros, incluindo 23 para deficientes.
– 9 elevadores.
– 40 quiosques de alimentação.
– Mais de 2 mil vagas de estacionamento.
– Mais de 2 mil assentos premium.
– Acessibilidade: 358 cadeiras para espectadores com mobilidade reduzida, 66 vagas exclusivas para cadeirantes, 60 cadeiras para obesos, 16 assentos para deficientes visuais, 500 assentos para acompanhantes.
Principais eventos
O maior evento não esportivo realizado na Fonte Nova foi o show de Ivete Sangalo, em 21 de dezembro de 2003, em celebração aos seus dez anos de carreira. A apresentação marcou a gravação do CD e DVD MTV ao Vivo, lançado em 2004 pela MTV/Universal. O evento contou com a participação de vários artistas renomados, como Daniela Mercury, Gilberto Gil, Sandy & Junior, Margareth Menezes e Tatau, então vocalista do Araketu. O show reuniu cerca de 80.000 pessoas
Entre as competições de destaque que tiveram a Arena Fonte Nova como palco estão a Copa do Mundo FIFA de 2014 e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016. Apesar de o Rio de Janeiro ter sido a cidade-sede dos Jogos Olímpicos, partidas de futebol masculino e feminino foram realizadas em outras cinco cidades, incluindo Salvador. Na Arena Fonte Nova, ocorreram dez jogos olímpicos, sendo sete do futebol masculino e três do feminino, aproveitando os investimentos feitos para a Copa do Mundo. Além disso, o estádio sediou uma partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 da Seleção Brasileira e foi confirmado como uma das sedes da Copa América de 2019.
Também foi palco de um momento histórico durante a Copa do Mundo FIFA de 2014: o icônico gol de Van Persie, pela Holanda, na goleada sobre a Espanha por 5 a 1. O atacante holandês marcou um dos gols mais memoráveis do torneio com uma cabeçada espetacular, que ficou conhecida como o “gol voador”.
Maiores públicos
1- Bahia 2×1 Fluminense – Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1988 – Público: 110.438
2- Bahia 1×1 Vitória – Decisão do Campeonato Baiano de 1994. Maior público Ba-Vi da história – Público: 97.240
3- Bahia 1×0 Flamengo/Vitória 0x1 Grêmio – Rodada dupla, torneio de reinauguração da Fonte Nova em 1971 – Público: 94.972
4- Bahia 3×0 Santos – Campeonato Brasileiro de 1986 – Público: 93.455
5- Bahia 2×1 Internacional – Decisão do Campeonato Brasileiro de 1988, jogo de ida – Público: 90.508
Importância para o Esporte Clube Bahia
Títulos oficiais do Bahia conquistados na Fonte Nova:
- 2 Copas do Nordeste (1 na antiga e 1 na nova)
- 1 Copas Norte/Grupo N-Ne da Taça Brasil (1 na antiga e 0 na nova)
- 30 Campeonatos Baianos (27 na antiga e 3 na nova)
- 5 Torneios Início (5 na antiga e 0 na nova)
Fonte: @ecbahianumeros
Rivalidade
No maior clássico da região e um dos maiores do Brasil, o Ba-Vi, os confrontos na antiga Fonte Nova somam um total de 315 jogos, com o Bahia vencendo 126 vezes, empatando 105 e perdendo 84 partidas.
Na atual Arena Fonte Nova, foram disputados até agora 26 jogos, nos quais o Bahia venceu 11, empatou 8 e perdeu 7 confrontos. Esses números consolidam o clássico como um dos mais intensos e disputados do futebol brasileiro e mostram a superioridade do Esquadrão.
Fonte: @ecbahianumeros
No entanto, a reinauguração da Arena Fonte Nova em 2013 é uma lembrança amarga para os torcedores tricolores. No dia 7 de abril daquele ano, um Ba-Vi marcou a reabertura do estádio, e o Vitória protagonizou uma goleada histórica de 5 a 1, que ficou para sempre na memória dos torcedores rubro-negros.
Esse resultado manteve um tabu de oito jogos sem derrota para o Vitória e resultou na demissão do técnico Jorginho, intensificando ainda mais a rivalidade entre os clubes.
Artilheiros
Ao longo de sua história, a Fonte Nova viu muitos craques desfilarem seu talento. Jogadores como Cláudio Adão, Bobô, Charles Fabian e mais recentemente, Gilberto, marcaram seus nomes como alguns dos maiores artilheiros a atuar no estádio.
Gilberto, em especial, se destacou nos anos mais recentes, sendo o grande goleador do Bahia e da Arena, com 30 gols marcados.
Os 10 maiores artilheiros do Bahia na nova Fonte Nova:
1- Gilberto 30
2- Edigar Junio 27
3- Kieza 22
4- Hernane 18
5- Everaldo 15
6- Régis 14
7- Vinícius 13
8- Zé Rafael 13
9- Cauly 12
10- Fernandão 12
10 maiores artilheiros do Bahia na antiga Fonte Nova:
1- Douglas 128
2- Carlito 107
3- Uéslei 98
4- Hamilton 94
5- Nonato 83
6- Osni 80
7- Beijoca 74
8- Marcelo Ramos 71
9- Biriba 69
10- Alencar 58
Fonte: @ecbahianumeros
Patrocínios e Expansão Comercial
O primeiro contrato de naming rights da Arena Fonte Nova foi fechado em 2013 com o grupo de cerveja Itaipava, com duração de 10 anos. Pelo acordo, a arena passou a ser chamada de “Arena Itaipava Fonte Nova”, e o estádio receberia R$ 10 milhões por ano da cervejaria. Além disso, a Itaipava garantiu exclusividade na comercialização de produtos como cervejas, isotônicos e energéticos dentro das dependências da arena. Esse contrato marcou um importante passo na comercialização e gestão do estádio após sua modernização.
Com o término do contrato com a Itaipava, a Arena Fonte Nova passará a ter um novo nome a partir desta temporada. Um acordo de naming rights foi fechado com a Casa de Apostas, empresa do setor de apostas, e o estádio será renomeado para “Casa de Apostas Arena Fonte Nova” a partir do primeiro trimestre deste ano. O contrato tem duração de quatro anos, e o acordo inclui contrapartidas para todas as partidas de futebol e eventos, como shows, realizados na arena. O valor total arrecadado com as propriedades comercializadas, que incluem o naming rights, sector rights e supply com outros parceiros, será de R$ 13 milhões anuais, totalizando R$ 52 milhões ao longo do contrato.
Impacto Econômico e Social
Entre 2017 e 2018, a Arena Fonte Nova impactou a economia baiana em R$ 845 milhões nos setores de esporte, entretenimento e negócios, de acordo com um estudo do Instituto Miguel Calmon (IMIC). A projeção para 2019 era de movimentar R$ 574 milhões, um aumento de 36% em relação à média dos dois anos anteriores, elevando o valor total de transações no período de 2017 a 2019 para R$ 1,42 bilhão.
Segundo Dênio Cidreira, presidente da Arena Fonte Nova, esses números reforçam o papel da Arena no desenvolvimento econômico da Bahia, especialmente em turismo, negócios e entretenimento. Os shows internacionais, por exemplo, além de gerar receitas diretas, como bilheteria e patrocínios, também impulsionam o setor turístico, beneficiando hotéis, restaurantes, agências de viagem e transportes.
Em 2017, foram realizados 67 eventos com público de 647 mil pessoas. Já em 2018, o número de eventos subiu para 95, impactando mais de 1,2 milhão de pessoas.
Em 2020, a Arena Fonte Nova transformou-se no maior hospital de campanha da Bahia para atender pacientes diagnosticados com Covid-19. Dando lugar a uma equipe multidisciplinar de quase 400 profissionais, incluindo saúde, segurança e administração. Montada na área dos camarotes, a unidade foi equipada e gerida pelo Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Saúde (Sesab), com capacidade para 240 leitos, sendo 100 de UTI e 140 de enfermaria, disponibilizados de acordo com a demanda.
Tragédia na Arena
A maior tragédia ocorrida dentro de um estádio de futebol no Brasil ocorreu no dia 25 de novembro de 2007, durante uma partida entre Bahia e Vila Nova pela Série C do Campeonato Brasileiro, sete torcedores morreram após uma parte da arquibancada superior da antiga Fonte Nova ceder, causando a queda de uma altura de cerca de 20 metros. O estádio, que já enfrentava uma série de problemas estruturais e limitações, abrigava mais de 60 mil pessoas naquele dia, quando o Bahia garantiu o acesso à Série B. Apesar da tragédia, ninguém foi responsabilizado criminalmente pelas mortes.
Duas estrelas no escudo, sete estrelas no céu. , uma homenagem a Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Jr, essa tragédia não vai e nem pode ser esquecida.